domingo, 30 de agosto de 2009

O retorno

Voltamos. Depois de muito tempo de luto, sem escrever, resolvi voltar a tocar o blog.

Tive um fim de ano (2009) muito conturbado, entre problemas familiares e uma grande cirurgia, não tive nem tempo nem motivação para postar aqui.

Tenho algumas novidades interessante.

A primeira é que estou em uma parceria com um site feito por Brasileiros, para brasileiros, o “Bananas Poker”. É uma idealização de dois Brasileiros amigos meus que no auge de suas grandes idéias e incentivados pela alavancada do mercado do poker no Brasil, perceberam a enorme carência por um site feito por Brasileiros e por isso resolveram criar o Bananas. Falo mais sobre ele em um outro post, nesse vou falar sobre a 4ª etapa do torneio estadual do rio de Janeiro.
O torneio aconteceu no Hotel Windsor na Barra da Tijuca e teve 199 participantes, tinham quase 260 pessoas querendo jogar, mas não havia como alocar todo mundo. A organização está pensando em uma forma de acomodar a todos na próxima etapa.
A estrutura era muito interessante, 10.000 fichas e blinds de 30 minutos tornavam o torneio mais jogável. Decidi que iria jogar o torneio bem solto, jogando muitas mãos e tentando usar todos os spots que pudesse para crescer no início. Como podem imaginar, foi uma montanha russa, ainda mais que recebi muitos suited conectors, mas eles simplesmente não batiam. Ganhei várias mãos atirando em flops desconexos e perdi outras quando tomava volta. Porem estava atingindo meu objetivo, todos estavam me vendo como sendo muito agressivo e era isso que queria pois na hora que batesse a forra seria forte.
Sempre que eu aumentava, mesmo em posição, tinham dois ou três callers. Até que, no blind 75/150 recebo 8d9d no Cut off que chega em mim com um limper, aumento para 500. Recebendo call do dealer, do BB e do original limper fazendo o pot ficar com 2000.
O Flop vem 8s 4c 9s, me dando top two pair, mais colocando um flush draw e straight draw no board. BB e o caller dão Check. Aposto 1350, torcendo para alguém me voltar. Dealer fold e big blind fold. Quando chegou a vez do limper falar me senti mal, ele pensou, falou umas gracinhas e deu um flat call muito estranho. Eu estava preparado para soltar se ele apostasse no turn, quase com certeza que o FDP tinha trincado, só que
Turn 8h me dando um full. O Tiozinho dá check de novo. Pensei, se trincou no flop e tá traping vai pagar o river também, e se estava no flush draw é melhor talvez não pague outro bet, achei melhor deixar bater o river torcendo para bater qualquer espadas. Não deu outra
River 2s, e o Tiozinho check de novo. Eu dei bet de 2000 e ele deu call mostrando 44 com um full de 4 com 8.
Depois daí dei uma desacelerada e mudei para uma mesa esquisita cheia de lock que me fez segurar um pouco a onda.
Tenho que voltar um pouco para aquela mesa quando depois da mão do 98 tomei um blefe que fiquei muito puto porque minha vontade era pagar o bet do cara no flop, mas a jogada dele foi tão estranha que achei que teria melhores spots para dobrar, já que o call me tiraria do torneio se perdesse, a jogada foi assim.
O vilão da limpde UTG eu olho KQs e aumento 3BB e o SB que estava short SB da push, que era pouco mais que um mini raise. O UTG dá call e eu também. Minha leitura do vilão era a de um jogador muito limitado que não tinha competência de fazer jogadas mirabolantes e apesar de tight era meio passivo. O flop traz 8 Q 5 com duas cartas de paus. O Vilão empurra a casa que representava 80% do meu stack e pouco mais que o pot. Aquela jogada não fazia o menor sentido, porque AQ ele não teria dado limp pré flop e trincado ele não teria apostado pois não tinha jogo para pensar em defender de um flush draw e esperaria eu apostar.
Fique com medo de AA KK, por que duas mão antes falamos muito de dar limp reraise de early position e ele poderia ter tentado inventar baseado no que falamos. No final, lembrei da Paty me dizendo que foldar não é feio e larguei, já que veria a mão dele de qualquer maneira. O idiota me apresenta AT de ouros e levou uma nota (Nice move).
Passei boa parte do torneio alternando perto da média sem me envolver em pots grandes. Contudo, chegou uma hora que a média de fichas era o equivalente a um M de 7 o que fez com que minhas jogadas se resumissem a fold e Push. Por sorte todas as vezes que empurrei ninguém pagou e fui levando o torneio.
Até que faltando uns 50 jogadores vem a primeira mão que me levaria para as cabeças.
UTG+1 dá raise de 2.5X o BB e o jogador a sua esquerda vai all in de 3X o seu bet, a mesa roda em fold pra mim que estava no Dealer. Olho TT e coloco o Vilão que deu all in em um range bem largo, de A8+ passando por qualquer par (pela forma que estava jogando), e imagino que se eu empurrar por cima cerca de 2X a aposta, (representaria todo o stack do original raiser, o que o deixaria com m de 6 caso foldasse) ele teria que ter QQ + para me pagar.
Quem dera, ele pensa muito e dá call com par de 99, e o UTG+1 mostra JJ.
O Board vem 789 o turn T e o river outro T me dando um four e ficando gigante. (acho que virei chip leader nessa mão).
Me mantive grande roubando um pouco aqui e ali, mas perdi um pot médio que me custou boas fichas, mas mesmo assim chegamos na mesa final bem em fichas. O legal é que junto comigo estavam o Bruno MC grande amigo e jogador das antigas de uma mesa no Leblon que eu jogava, e também ninguém menos que Leandro Brasa amigão também e que dispensa comentários sobre seu nível de jogo.
A mesa final corre sem grande situações, eliminações vão ocorrendo, até que um titio que está na minha direita, empurrando bastante, vai all in de novo, e olha vejo KTde copas. Penso muito, ele tinha ido all in umas 4 vezes nas últimas 10 mãos e imagino que tenha range para o call, visto que já estava precisando me mexer pois blinds e antes estavam enormes, pois é o raiser dá um sorriso, anuncia call e apresenta AK. Mas o sorriso dele durou pouco quando o river trouxe meu T eliminando ele do torneio.
Passei mais um tempo naquela de empurrar e roubar blinds e antes, que a essa altura já eram 15000 / 30000 / 1000. Até estarmos em quatro jogadores e o UTG empurra, olho e vejo lindos AA dando call e eliminando mais um. Nesse momento fiquei muito grande, cerca de 1.3KK de fichas contra 600K do segundo e 450K de terceiro. Jogamos mais um pouco e como minhas fichas haviam diminuído um pouco e os blinds estavam muito violentos resolvemos fazer um deal de 8K para cada e jogaríamos por 3K para o primeiro e o troféu.
Poucas mão depois o jogador a minha esquerda empurra para roubar os blinds eu de JJ dou call e me mostro dominando o JT que ele segurava, minha mão segura e vamos par ao heads up.
No início do HU o oponente tenta um deal de dividirmos 2K e jogarmos por um, mais achei que tinha um edge contra ele ( e mais do dobro de fichas) e optei em ir pro game. O primeiro embate ele empurra de JQ eu pago de KT e bate uma Q no river praticamente igualando as fichas.
Porem pouco depois ele dá raise eu olho JTs e opto por dar call para ver o flop que vem x T 2. Como eu era SB dei check ,tendo certeza que ele apostaria, Não deu outra ele deu push, Mostrou A3, nada bateu e levamos o caneco para casa.
Foi muito legal ter ganho esse torneio específico, porque já havia ficado em 4 3 até 2 mais nunca tinha cravado o primeiro lugar. Em 2007 eu terminei o ranking geral carioca em 3 lugar, mas nada como o doce sabor da vitória, sem contar que foi a primeira forra de gente grande na minha vida de poker. Quando cheguei em casa a PAty ficou feliz de mais e comemorou comigo até eu não agüentar mais de cansado e capotar na cama.
Foi um puta retorno e agora que venham os torneios.

Abs
Xilita

4 comentários:

Rádio disse...

Boa Xilita!!!!!
Mais que merecido....
A Paty acabou com vc???
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Nem vou comentar mais nada.....
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Prezado Xilita,

“Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la”. (Voltaire).

É lamentável que um jogador de vossa categoria ainda fique tiltado mesmo tendo ganhado com habilidade, sorte e competência um belo torneio.

Também lamento o vosso vocabulário esdrúxulo e desrespeitoso. Chamar um mero adversário (iniciante no poker) de “FDP”, “idiota”, “vilão” ou “Minha leitura do vilão era a de um jogador muito limitado que não tinha competência de fazer jogadas mirabolantes e apesar de tight era meio passivo” é no mínimo atitude medíocre de um jogador tão grande.

Nunca joguei um torneio tão grande e fui lá naquela tarde por dois simples motivos: 1 – Comemorar o meu 1 aniversário de poker e 2 – Aprender.

Fui feliz nos dois objetivos e fiquei feliz por ter conseguido ganhar uma mão do campeão da noite.

Nesse pouco tempo de poker aprendi e tenho refletido que esse jogo requer: Sorte, habilidade, calma e blefe, sendo o último a melhor mão do poker quando bem aplicado.

Fui eliminado do torneio numa jogada que aos meus olhos foi muito estranha, mas quem sou eu para julgar o meu adversário (Betinho). Sai com KK no UTG coloquei 5 mil, todos foldaram exceto Betinho que me deu reaise de 10 mil, poderia ter voltado de All-in, mas como sabia que ele estava blefando quis colher fichas.

No flop abre 3 – 5 – 9 espadas (eu tinha o rei de espadas), ele deu all-in (40 mil fichas) o que eu tinha, paguei.

No turn abriu 10 e no river Q de copas, perdendo para uma seqüência. Mesmo chateado levantei da mesa, cumprimentei-o pela vitória e fui lanchar.

Penso que o senhor teria me agredido ou enfartado se os papéis fossem trocados...Enfim, parabenizo pela conquista e quem sabe um dia nos veremos novamente no pano.

Saudações,

Léo Lima

Leo Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leo Lima disse...

Prezado Xilita,

“Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la”. (Voltaire).

É lamentável que um jogador de vossa categoria ainda fique tiltado mesmo tendo ganhado com habilidade, sorte e competência um belo torneio.

Também lamento o vosso vocabulário esdrúxulo e desrespeitoso. Chamar um mero adversário (iniciante no poker) de “FDP”, “idiota”, “vilão” ou “Minha leitura do vilão era a de um jogador muito limitado que não tinha competência de fazer jogadas mirabolantes e apesar de tight era meio passivo” é no mínimo atitude medíocre de um jogador tão grande.

Nunca joguei um torneio tão grande e fui lá naquela tarde por dois simples motivos: 1 – Comemorar o meu 1 aniversário de poker e 2 – Aprender.

Fui feliz nos dois objetivos e fiquei feliz por ter conseguido ganhar uma mão do campeão da noite.

Nesse pouco tempo de poker aprendi e tenho refletido que esse jogo requer: Sorte, habilidade, calma e blefe, sendo o último a melhor mão do poker quando bem aplicado.

Fui eliminado do torneio numa jogada que aos meus olhos foi muito estranha, mas quem sou eu para julgar o meu adversário (Betinho). Sai com KK no UTG coloquei 5 mil, todos foldaram exceto Betinho que me deu reaise de 10 mil, poderia ter voltado de All-in, mas como sabia que ele estava blefando quis colher fichas.

No flop abre 3 – 5 – 9 espadas (eu tinha o rei de espadas), ele deu all-in (40 mil fichas) o que eu tinha, paguei.

No turn abriu 10 e no river Q de copas, perdendo para uma seqüência. Mesmo chateado levantei da mesa, cumprimentei-o pela vitória e fui lanchar.

Penso que o senhor teria me agredido ou enfartado se os papéis fossem trocados...Enfim, parabenizo pela conquista e quem sabe um dia nos veremos novamente no pano.

Saudações,

Léo Lima